Amazonas e Pará São Destaque na Informalidade, Revela Dados do IBGE
Em 2024, o Brasil alcançou marcos históricos no mercado de trabalho, com recordes em vagas formais e o menor índice de desemprego da história. Na contra mão a informalidade ainda representa um desafio significativo em alguns estados, especialmente na região Norte e na Amazônia. Dados do IBGE, analisados por Rodolpho Tobler, da FGV, a pedido do Jornal O Globo, revelam que sete estados brasileiros, incluindo Pará e Amazonas, apresentam taxas de informalidade superiores a 50%.
No Amazonas, mais de 950 mil trabalhadores atuam de forma informal, representando 52,1% da força de trabalho. No Pará, essa taxa é ainda mais expressiva, atingindo 57,6%, a maior do país. Estados como Amapá, Roraima e Acre também se destacam pela alta concentração de trabalhadores informais, superando a média nacional.

Impactos Econômicos da Informalidade
A predominância da informalidade nessas regiões reflete desafios estruturais na economia local. A baixa remuneração em empregos formais, aliada à maior flexibilidade de horários da informalidade, contribui para o cenário. Dados do IBGE mostram que, entre 2015 e 2024, a diferença de renda entre trabalhadores formais e informais reduziu-se de 73% para 31%. Isso enfraquece o incentivo à formalização.
Essa realidade tem implicações profundas para a economia regional. A informalidade limita a arrecadação de impostos e dificulta investimentos em infraestrutura e serviços públicos essenciais. Além disso, trabalhadores informais enfrentam incertezas quanto a direitos previdenciários e benefícios trabalhistas, o que pode comprometer sua estabilidade financeira no longo prazo.
Oportunidades e Políticas Públicas
Apesar dos desafios, especialistas destacam que o Norte e a Amazônia possuem espaço para avanço na formalização. O reaquecimento da economia pós-pandemia impulsionou o emprego formal nessas regiões, mas sem mudar as bases estruturais.
Iniciativas como o fortalecimento do Microempreendedor Individual (MEI), a regulamentação do trabalho por aplicativos e a simplificação de processos burocráticos são apontadas como caminhos viáveis. Além disso, a ampliação do acesso a crédito e capacitação profissional pode transformar o emprego informal em uma oportunidade sustentável.
O combate à informalidade não é apenas uma questão de estatísticas; trata-se de garantir maior inclusão econômica e social para milhares de trabalhadores no Norte do Brasil. Avançar nessa agenda é essencial para promover um crescimento mais equilibrado e inclusivo em todo o território nacional.
Publicar comentário