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Brasil: Entre Picanha, Barraco e o Meio de Campo

Por Jow (Josivaldo Ferreira)

O Brasil está no estilo novela mexicana, onde só há “mocinhos” e “vilões” e o espectador sente o açucarado do drama dos perseguidos e dos sofredores e onde os extremos políticos disputam o papel de protagonista principal. De um lado, temos os que juram que salvarão o país com promessas de conto de fadas, picanha na mesa de todos e deixam a vilania por conta dos empresários egoístas. Do outro, os que preferem o caos como estratégia, porque, aparentemente, nada une mais do que um bom barraco e página policial pra chamar a atenção. Enquanto isso, o país vai se fragmentando como um quebra-cabeça que perdeu peças importantes—e ninguém sabe onde procurar.

A polarização virou o esporte nacional, está mais comentado nos botecos  que futebol,  como paixão nacional. O ódio e a indiferença estão tão na moda que poderiam ser estampados em camisetas. E a intolerância? Essa está crescendo mais rápido que fila de banco em dia de pagamento do bolsa família. A violência e a agressividade, claro, não ficam atrás, porque, afinal, o Brasil nunca faz nada pela metade.

Esse cenário me faz lembrar um cara das antigas,  Aristóteles, ele afirmava “A virtude está no meio.” Talvez seja hora de o Brasil parar de mirar nos extremos e começar a buscar essa tal terceira via—quem sabe ela seja o caminho para um final menos trágico. Ou pelo menos para uma novela com menos capítulos de sofrimento.

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