Especialista destaca desafios e oportunidades para o empreendedorismo sustentável na Amazônia
O setor privado enfrenta o desafio de expandir as iniciativas de empreendedorismo sustentável na Amazônia, segundo análise do cientista Carlos Nobre, co-presidente do Painel Científico para a Amazônia. Em entrevista ao programa Conexão Record News em 02 de junho de 2025, Nobre ressaltou que a região abriga a maior diversidade de espécies do mundo e possui um enorme potencial socioeconômico baseado na exploração sustentável de seus recursos naturais.
Potencial econômico e desafios
Apesar da riqueza biológica da Amazônia, a economia gerada por produtos de cooperativas e pequenas empresas ainda representa apenas 1,2% do PIB local. O cientista enfatizou que a exploração sustentável do bioma pode gerar mais empregos e lucros do que atividades tradicionais, como a pecuária.
Para ampliar o impacto do empreendedorismo na região, especialistas defendem a necessidade de investimentos em inovação, capacitação e acesso a crédito. Atualmente, a Amazônia Legal recebe menos de 10% do crédito concedido a micro e pequenas empresas no Brasil, o que limita o crescimento de negócios sustentáveis.
Iniciativas e avanços
Eventos como o Inova Amazônia Summit 2025, promovido pelo Sebrae, têm buscado fortalecer o empreendedorismo sustentável na região. O encontro reuniu lideranças femininas que desenvolvem negócios inovadores, utilizando matérias-primas locais como jambu, couro de peixe e cacau, e promovendo impacto social e ambiental positivo.
O Instituto Clima e Sociedade (iCS), em parceria com o Bezos Earth Fund, lançou um edital para financiar até 15 projetos de pesquisa focados na implementação de modelos econômicos sustentáveis na Amazônia. O investimento total será de R$ 10 milhões, com cada projeto podendo receber até R$ 2,5 milhões.
Perspectivas para o futuro
O fortalecimento do empreendedorismo sustentável na Amazônia depende de políticas públicas, incentivos financeiros e maior envolvimento do setor privado. A valorização da bioeconomia e o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis podem transformar a região em um polo de inovação e crescimento econômico, sem comprometer sua biodiversidade.
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