ESTUDO REVELA AUMENTO DA VIOLÊNCIA E DISPUTAS DE FACÇÕES NA AMAZÔNIA LEGAL
Manaus, 11 de dezembro de 2024
Um estudo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quarta-feira (11/12) destaca a alarmante situação de violência nos estados da Amazônia Legal. A pesquisa revela que 43 cidades da região estão atualmente enfrentando disputas territoriais e de tráfico de drogas entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).
Originados no Sudeste do país, esses grupos ampliaram sua influência nacional e intensificaram sua presença na Amazônia, especialmente nas zonas de fronteira, visando à ocupação de pontos estratégicos para o narcotráfico. A guerra entre CV e PCC tornou-se inevitável, resultando em um histórico sangrento de assassinatos.
O estudo “Cartografias da Violência na Amazônia” aponta que das 43 cidades em disputa, 11 estão em Mato Grosso, sete no Pará, sete no Maranhão e três no Amazonas. Roraima, Rondônia e Tocantins têm cinco cidades cada envolvidas no conflito. Entre as cidades do Pará, Parauapebas, Jacundá e Marabá são mencionadas como locais de intensos confrontos. No Amazonas, Manaus e Rio Preto da Eva são os principais focos de violência.
Cidades em Disputa na Amazônia
– Amazonas: Manaus, Rio Preto da Eva, São Paulo da Olivença
– Maranhão: Açailândia, Buriticupu, Codó, Coroatá, Davinópolis, Imperatriz, João Lisboa
– Mato Grosso: Alta Floresta, Barra do Bugres, Juína, Lucas do Rio Verde, Mirassol d’Oeste, Peixoto de Azevedo, Pontes e Lacerda, Rondonópolis, São José do Rio Claro, Sinop, Tangará da Serra
– Pará: Conceição do Araguaia, Jacundá, Mãe do Rio, Marabá, Parauapebas, Redenção, Rio Maria
– Rondônia: Ariquemes, Chupinguaia, Costa Marques, Guajará-Mirim, Seringueiras
– Roraima: Bonfim, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Rorainópolis
– Tocantins: Araguaína, Gurupi, Miracema do Tocantins, Palmas, Paraíso do Tocantins
O Relatório Mundial Sobre Drogas de 2023, da Organização das Nações Unidas (ONU), já alertava sobre a crescente dominação do tráfico e dos crimes na Amazônia, atribuídos à falta de presença do Estado e ao subdesenvolvimento. A precariedade da infraestrutura e o baixo desenvolvimento são apontados como raízes desse fenômeno.
Os amazônidas estão cada vez mais à mercê do tráfico. Cultivo de drogas, tráfico e crimes que afetam o meio ambiente estão aumentando na Bacia Amazônica, em parte devido à abundância de recursos naturais ao lado de uma presença limitada do Estado, corrupção persistente e fatores estruturais relacionados à informalidade, desigualdade e desemprego”, afirma o relatório.
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