Destaques

PDT rompe com base do governo Lula e adota postura de independência na Câmara

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) anunciou nesta terça-feira (6) sua saída da base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados. A decisão foi motivada pela demissão do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em meio a um escândalo de fraudes milionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), afirmou que a bancada adotará uma postura de independência, sem necessariamente integrar a oposição ao governo. Segundo ele, a relação com o Executivo já estava desgastada há algum tempo, e a crise envolvendo o INSS foi o fator decisivo para o rompimento.

A saída do PDT da base governista pode impactar votações importantes no Congresso. Com 17 deputados federais, o partido pode dificultar a aprovação de projetos estratégicos para o governo, especialmente aqueles que exigem maioria qualificada. A bancada do PDT na Câmara sinalizou que poderá apoiar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes no INSS, desde que o escopo da investigação inclua gestões anteriores.

Apesar do desembarque, o PDT mantém influência no Ministério da Previdência, já que o novo titular da pasta, Wolney Queiroz, também pertence ao partido. No Senado, a bancada pedetista, liderada por Weverton Rocha (MA), decidiu permanecer na base do governo, o que indica uma divisão interna na legenda.

Reflexos para 2026

A decisão do PDT também reflete um movimento estratégico para as eleições de 2026. O partido busca se distanciar do PT e da polarização política, tentando se posicionar como uma alternativa viável no próximo pleito presidencial. O ex-candidato à presidência Ciro Gomes, que já vinha criticando o governo Lula, pode ser um dos nomes cotados para representar essa nova postura do partido.

O governo Lula, por sua vez, minimizou o impacto da saída do PDT e afirmou que continuará dialogando com a legenda para garantir apoio em pautas de interesse nacional. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou que respeita a decisão do partido e espera manter uma relação construtiva com seus parlamentares.

A ruptura do PDT com o governo marca um novo capítulo na dinâmica política do Congresso e pode influenciar futuras alianças e estratégias eleitorais. Resta saber como essa independência será traduzida nas votações e na condução dos debates legislativos nos próximos meses.

Publicar comentário